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Cidade do Acre começa a vacinar moradores da zona rural com idade entre 35 e 59 anos


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O município de Porto Walter, no interior do Acre, conseguiu avançar na imunização contra a Covid-19 e começou a vacinar moradores da zona rural com idade entre 35 a 59 anos nesse sábado (10). O avanço do grupo etário foi possível após a vacinação dos idosos de 60 anos ou mais dessas comunidades rurais.

Três equipes de saúde estão nas localidades rurais, que ficam a cinco dias de viagem de barco da cidade, fazendo a vacinação dos moradores. Conforme a secretária de Saúde do município, Ana Flávia, a estimativa é que cerca de 1,7 mil pessoas dessa faixa etária de 35 a 59 anos sejam imunizadas.

A vacinação é feita em moradores da região do Rio Cruzeiro do Vale e de todas as comunidades do Beiradão do Alto Juruá.

Diferente da zona rural, na cidade a vacinação continua sendo feita para o público com idade acima de 65 anos. Mas, segundo a secretária, com a chegada de mais vacinas na sexta (9), vai ser possível também avançar a faixa etária na cidade para idosos com idade a partir dos 60 anos e a vacinação desse grupo começa nesta segunda-feira (12).

“Mandamos as equipes na sexta para as comunidades rurais. No Beiradão do Alto Juruá, que é onde temos um número mais concentrado de ribeirinhos, eles já conseguiram vacinar todos. Estamos agora esperando o pessoal que está para o Rio Cruzeiro do Vale. Ainda temos umas cerca de 400 pessoas que moram próximas aos igarapés. E na segunda a gente começa a vacinação do pessoal de 60 anos na cidade. Esse avanço no processo de imunização foi possível porque fizemos todo levantamento com nossos agentes comunitários, temos tentado ao máximo dar agilidade”, disse a secretária.

Imunização em Porto Walter

Conforme dados da Saúde, a cidade de Porto Walter recebeu, com relação à vacina Coronavac, desenvolvida e distribuída pelo Instituto Butantan, foram recebidas 230 destinadas aos trabalhadores da saúde, 396 para indígenas, 36 para trabalhadores da saúde indígena, 300 para idosos acima de 65 anos e 1.370 doses para comunidades tradicionais ribeirinhas.

Já com relação à vacina da Oxford-AstraZeneca foram recebidas 50 doses destinadas aos trabalhadores da saúde, 80 para idosos de 75 a 89 anos, 30 doses para idosos de 60 a 64 anos e 20 doses para os profissionais das forças de segurança e salvamento.

Dessas, foram aplicadas 254 doses em trabalhadores da saúde, 325 doses em indígenas, 22 doses em trabalhadores da saúde indígena e 211 em idosos acima de 65 anos. Totalizando 812 doses aplicadas.

Segundo menor número de mortes

Um ano após registrarem os primeiros óbitos por Covid-19, as cidades de Jordão e Porto Walter têm os menores números de mortes pela doença. Conforme dados do boletim divulgado diariamente pela Secretaria Estadual de Saúde, Jordão tem somente um caso e Porto Walter dois.

As duas cidades estão entre as isoladas no Acre, onde para se chegar só é possível por meio de barco ou avião de pequeno porte.

Com pouco mais de 12 mil habitantes, Porto Walter foi a última cidade do estado a ter o primeiro óbito pela Covid-19. O idoso Francisco Lau, morreu na UTI do Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, no dia 20 de julho do ano passado. Conhecido como Chico Lau, o idoso era muito popular e querido na cidade.

Com relação ao número de casos, Porto Walter tem o segundo menor número de infecções pelo novo coronavírus, com um total de 486 casos positivos e está em segundo lugar com menor taxa de incidência da doença, com 39,7 para cada 10 mil habitantes.

Medidas durante a pandemia

A prefeitura de Porto Walter tomou medidas duras desde o início da pandemia no estado e chegou a publicar decreto proibindo a entrada de pessoas de outras cidades, estados ou países no município.

No caso de moradores de Porto Walter que estivessem retornando à cidade, estes tinham que passar por uma triagem e monitoramento da equipe de Saúde. Em seguida, ficavam em quarentena em casa, sendo proibidos de sair.

Outra medida tomada na época foi a proibição da entrada de turistas ou pessoas que não façam parte da equipe de Saúde indígena nas aldeias. O decreto recomendava ainda que as comunidades indígenas evitassem a ida até a zona urbana do município para evitar contaminação.

A cidade também fez barreiras sanitárias nos acessos de entrada. Em maio, mesmo ainda sem ter nenhum caso de Covid-19 confirmado, a cidade publicou um decreto proibindo por 15 dias as viagens áreas e fluviais na cidade. Quem descumprisse a determinação poderia ser multado em mais de R$ 2 mil.

G1.globo.com

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